16/05/2017

Experiências pedagógicas em Ensino Religioso

Às vezes me pergunto o significado da vida, que função cabe a mim, bem como a razão de tudo isso. Vivo me questionando e quero clareza em tudo que faço. Convivo com pessoas que me fazem apaixonar a cada ano mais pela minha profissão, pois redescubro que me completam e tornam meus dias melhores. À volta as aulas para mim é um dilema, pois o pensar na primeira aula de Ensino Religioso e em meus queridos estudantes me faz refletir sobre o que ensinar, como ensinar e para que ensinar, ao que em minha mente ressoa a indagação: o que é importante para mim (determinados conhecimentos) fará sentido para ambos?
Pensando em atividades que sensibilizem e favoreçam o conhecimento, propus para esse reiniciar de ano aulas dinamizadas que refletissem sobre a vida, o bem viver, o respeito e o cuidado diante das nossas atitudes e ações cotidianas para com os demais seres vivos.  Nesse sentido, objetivando o acolhimento dos estudantes do 6º ao 9º ano e permitindo que se sentissem protagonistas no processo ensino-aprendizagem e convivência, por intermédio de contação de história, a qual proporcionou reflexões e responsabilidades, cada estudante recebeu um saquinho com sementes de girassol a qual foi convidado a plantá-las, regá-las e cuidá-las cotidianamente.
Após um mês, os estudantes trouxeram para o ambiente escolar suas plantinhas que ganharam vida e foram crescendo e desenvolvendo-se. Os mesmos tiveram a oportunidade de socializar suas experiências e partilhar informações sobre o cuidado com as plantas, a responsabilidade para com a vida e as diferentes etapas na evolução dos girassóis. O momento foi propício para que se construíssem relações pautadas na escuta, no diálogo e no respeito perante os relatos dos colegas que socializaram os desafios, as angústias, as alegrias, a responsabilidade e o compromisso para com as sementes que, dia após dia, iam desabrochando.
A técnica do cuidado, da responsabilidade e da atenção para com as sementes e o processo de germinação tornou os estudantes muito mais responsáveis, pois a tarefa foi contínua e regada por aprendizados. Comparando as plantas aos humanos e seres vivos, vislumbrou-se o emaranhado de situações que a vida nos proporciona, bem como os desafios e saberes que vão sendo tecidos no limiar do processo evolutivo. Ao mesmo tempo, permitiu-se demonstrar a relevância dos ambientes escolares, do Ensino Religioso enquanto componente curricular e das interações e socializações na construção e apropriação dos conhecimentos ao que somos únicos/singulares, mas nos desenvolvemos e aprendemos no contato com os demais humanos.

Rosinei Pedrotti Ferrari
Fonte: FONAPER

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